Na antiga literatura judaica existe uma crítica sobre de Jesus Cristo, como é de conhecimento geral Jesus era um rabino que inclusive afirmava a sua pregação aos judeus, em um trecho da sua fala ao povo da época em que usa o metáfora “Tomou uma levena e fez dela um DEUS.”, em hebraico o termo tem amplo sentido e pode significar tanto um tijolo ou como a raiz gramatical “levena” vem da palavra “levan” que é designada como cor branca, ou ato de misericórdia.
O rabi direcionava as suas palavras a uma parte da sociedade dá época que acreditava na antiga tradição do país em que a verdade e a paz se amam e os seus valores nunca são absolutos. Porém, tais valores são feitos para conviver um com o outro e não para contradizê-los.
Por isso os sábios dizem que a verdade abre a mão para a paz ou a paz abre a mão para a verdade. Para explicar melhor essa máxima do oriente um exemplo é a traição.
Se nos deparamos com um ato de traição de um casal nos dividimos entre a atitude de contar ao conhecido na questão, e nesse momento a paz abre mão para a verdade, ou não contar, sendo assim a verdade abre mão para a paz.
Esse ditado coube perfeitamente em ações tomadas pelas autoridades das duas maiores potências do mundo em relação à questão de uma das maiores tragédias atuais, a guerra na Síria.
De um lado o ex-presidente Barack Obama agiu para por panos quentes evitando entrar no conflito de forma direta e usando o princípio de misericórdia em um conflito que já matou centenas de milhares, (algumas fontes afirmam mais de um milhão de mortos), deixou milhões de feridos e mais de dez milhões de desabrigados gerando um problema insolúvel de migração global.
Por outro, a atitude de Vladimir Putin um dos personagens centrais na trama, que teoricamente foi vista como uma postura de crueldade, ou a “justiça sem misericórdia”, embora muito radical acabou com os banhos de sangue centralizando o poder nas mãos de Assad, (aqui nesta obra não julgando se é mocinho ou vilão na questão).
No Brasil é comum ver tais comportamentos distorcidos com os movimentos que se auto intitulam “vinculados aos Direitos Humanos”. Esses movimentos como movimentos de Consciência Negra, que não tenho dúvida de que na sua maioria tem boas intenções, mas nos seus atos geram dúvidas.
O fator mais evidente é a questão dos policiais negros mortos em ação que não são homenageados nem citados nos veículos de comunicação. Não gritam aos quatro cantos por investigações ou justiça. Simplesmente o silêncio.
Outra situação comum é a defesa do bandido que em diversas matérias na mídia tem sido apresentado como “vítima”, “estudante” e são muitas vezes flagrados em câmeras matando ou assaltando pessoas de bem, mas quando são mortos por alguém que agiu em legítima defesa os tais órgãos de “direitos” saem de todos os cantos para a sua defesa.
A indagação que fica é, a verdadeira vítima não tem direitos que deveriam punir o verdadeiro infrator?
Diante disso voltamos para a máxima dos sábios judaicos. “Aqueles que tem misericórdia dos cruéis vão acabar tendo a crueldade dos misericordiosos.”
Essa inversão de valores remete-se a falta de um poder superior que cria os valores.
Durante os anos cinquenta e sessenta houve um grupo de publicitários americanos que pesquisaram o mercado de produto para os jovens do período.
Partindo do princípio que se os jovens fossem fidelizados ali, seriam clientes fiéis no futuro. Houve também uma análise da percepção dessa fatia da população surgida no período pós-segunda guerra.
Eram pessoas com uma confiança mais baixa, mais influenciáveis e mais suscetíveis ao controle e com menos sabedoria adquirida, tanto intelectual como mundana, com as suas mentes em formação.
Após cinquenta anos e a guerra do Vietnam, os EUA conseguiram se estabelecer como (potência) devido ao consumo dessa geração que cresceu e prosperou a girar o lucro no país.
Porém, em contrapartida, a geração atual americana se tornou alienada e com problemas de autoestima social, extremamente consumista e materialista. Afinal, mente jovem e em formação é como uma tela em branco para empresas inserirem os seus merchandisings.
Como consequência o pensamento subliminar justamente a (futilidade) juvenil, admiração a coisas externas materiais eliminaram os princípios básicos, especialmente no ocidente.
Esse debate sempre foi a diferença entre as civilizações do oriente e ocidente. Onde o ocidente sempre colocou o indivíduo acima da sociedade e os orientais colocam a sociedade primeiro?
Essa tentativa de imposição do ocidente de implementar o consumismo mudando os costumes e religiões locais é o que muitas vezes o berço dos conflitos entre as partes.
Na história os gregos, que pavimentaram os alicerces da cultura ocidental, criaram o padrão de beleza e perfeição, já o oriente admirava a sabedoria como valor superior.
Muitas dessas teorias sobre as bases sócio-econômicas serão abordadas minuciosamente em artigos posteriores, mas ajudam a ilustrar a reflexão sobre o modus operandi dos conflitos atuais.
Tal distorção de pensamentos traz consequências decadentes atualmente e irão perdurar no futuro com o seu agravamento, já que a criação de forma sem conteúdo gera a “a quebra da forma” já que a criação de qualquer coisa é necessário ter uma base de sustentação.
Nas minhas palestras eu sempre costumo falar sobre o impacto de tal distorção no que se diz respeito a vida pessoal e a confusão entre a relação do dinheiro como meio ou como fim.
O dinheiro era só um meio para conseguir qualidade de vida passou a se tornar uma finalidade. Esse é o “motor” da frustração.
Gostaria de terminar com uma reflexão;
Como nascem as pessoas más?
Aquele indivíduo que faz vistas para as empresas que poluem rios para ganhar uma verba a mais.
Aquele que rouba dinheiro de hospitais públicos em troca do seu benefício.
Aquele que vende produtos ou alimentos que sabem que causará danos a população.
Acredito que o ser humano nasce bom e puro na sua origem, (menos 10% da população apresenta dissociações), ou pelo menos tem medo o suficiente para entregar os seus direitos para Leviatã, (Thomas Hobes), fica esta pergunta ainda mais pertinente.
Outro princípio mencionado no I-Ching, Livro das Mutações, que a decadência é o cumulo das pequenas coisas. Isso quer dizer que um bom indivíduo começa com pequenos delitos sobre falsos valores e com os anos esses delitos viram um hábito que ele já não considera nada errado.
Gostaria que todo refletíssemos sobre esses pensamentos para começar a moldar uma sociedade melhor.
Gad Adler
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